Cai a chuva... cai no meu jardim. Cai lenta e sem destino... pode cair aqui, acolá, ali, dentro, fora, na terra ou no mar. Ela cai no meu jardim, mas não perto de mim... passa-me ao lado... contorna-me e não me molha. O meu corpo cria barreira... porquê? Para quê?
Cai a chuva... mas agora com tempestade. O vento sopra, tudo abana! Toda eu abana; Ninguém me segura, ninguém me ampara. Porquê? Para onde me quer levar esta tempestade?
Cai a chuva...e agora a trovoada. Cai no meu jardim e estremece tudo à sua volta: flores, árvores, passarinhos e borboletas! Troveja tudo à minha volta mas em continuo de pé... porque eu sou forte.
Cai a chova... e com ela os tornados. Agora já não sou forte. O tornado me puxa para ele e me leva para longe... me abandona no deserto... sem nada... sem ninguém... apenas eu e eu. Agora vou iniciar uma nova etapa com angústia, tristeza e medo do que virá. Será que irei conseguir sair do calor desse deserto? Será que me salvarei? Irei morrer ou terei forças para continuar a caminhar em busca de uma saída?
Cai a chuva... mas está a acalmar. O tornado, a trovoada e a tempestade já passaram. Mas será que irão voltar?
Cai a chuva... mas eu continuo aqui. Continuarei a ser forte e resistente. Continuarei sempre assim, por isto é que faz com que a trovoada e os tornados não me atinjam.
A chuva cai... mas não mata: ensina.

Sem comentários:
Enviar um comentário